FENOMENOLOGIA E EXISTÊNCIA FRANCISCANA NO HORIZONTE DA QUESTÃO DO SER: A POBREZA COMO ENTOAÇÃO FUNDAMENTAL DA PRE-SENÇA

Marcos Aurélio Fernandes

Resumo


A presente reflexão propõe-se pensar o relacionamento entre fenomenologia e existência franciscana através do fio condutor da pobreza essencial ou pobreza do espírito. A fenomenologia, em sentido pleno e próprio, é a articulação do lógos do próprio fenômeno. O pensar é chamado a pôr-se na ausculta deste lógos e a corresponder-lhe, tornando-se questão do ser. O despertar da questão do ser, por sua vez, se dá sempre, na dinâmica da experiência, a partir de uma certa entoação da disposição. A pobreza é a entoação da disposição que põe o pensar em relação com o que o e voca e convoca na sua possibilidade mais própria. A pobreza, numa tal experiência do espírito, é não carecer de outra coisa do que do desnecessário, isto é, do livre-libertador, da liberdade do ser. O pensamento de Francisco de Assis, que é vida e mística, tem sua raiz ontológica na pobreza do espírito. Vigora uma identidade na diferença entre o pensamento como questão do ser (filosofia) e pensamento como vida mística no seguimento de Cristo Crucificado, a saber, a pobreza de espírito. No entanto, o mesmo, aqui, é retomado numa outra modalidade, que implica o renascimento na existência da fé, do encontro, do seguimento e da conformidade evangélica com Jesus Cristo Crucificado, pobre e humilde.


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