LÁ ONDE ESTAVA ANTES DE SER: MARGUERITE PORETE E AS ALMAS ANIQUILADAS
Resumo
Em O espelho das almas simples, Marguerite Porete afirma que há sete estados nobres da existência através dos quais a criatura recebe o ser, se ela se dispõe a passar por eles. Em meio a esses estados, Marguerite diz ser preciso passar por três mortes: a do pecado, a da natureza e a do espírito. Dentre estas, a morte da natureza se refere ao desprezo das riquezas, das delícias e das honras, ao mesmo tempo em que inclui o não temor da perda do que se possui. Trata-se, portanto, de uma morte importante, sobretudo na sua relação com os sete estágios direcionados à alma aniquilada. No entanto, mesmo Marguerite colocando a morte da natureza como fundamental no caminho para o aniquilamento das almas, há outra natureza que não só é louvada como também é buscada pela alma que quer aniquilar-se: a natureza divina. Esta, por sua vez, em vários passos do texto da mística francesa, se sobrepõe à religião e pode ser analisada por meio da expressão lá onde estava antes de ser, repetida de diferentes maneiras ao longo do texto poretiano.
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