QUESTÃO SOBRE A VISÃO DE DEUS NA VIDA ULTRATERRENA (QUAESTIO DE VISIONE DEI IN PATRIA)
Resumo
A reflexão albertiana sobre a relação entre filosofia e teologia evidencia uma forte influência averroísta que se traduz no puro exercício da racionalidade independente da revelação, principalmente no que diz respeito à psicologia e à análise da alma intelectiva, cujo ponto de partida é o princípio antropológico: homo est homo per intellectum (NARDI, 1960, p. 25). Este princípio está na base da teoria da felicidade intelectual de Alberto Magno, e corresponde a dois pressupostos aristotélicos: “todos os homens, por natureza, tendem ao saber” (ARISTOTELE, 1999, p. 2), e “[a atividade racional] será a felicidade completa do homem [...] e a felicidade perfeita é uma atividade contemplativa” (ARISTÓTELES, 2001, p. 221; 223). A contemplação filosófica, não mais vinculada ao conhecimento sensível, é o ideal ao alcance de todos aqueles que se dedicam ao conhecimento especulativo (cujo ápice é um estado feliz e perfeito, distinto da bemaventurança prometida no paraíso). A esse respeito, Loris Sturlese defende a tese segundo a qual a doutrina da felicidade intelectual nasce “no âmbito da problemática do conhecimento científico, e isso não no sentido de uma reflexão epistemológica geral, e sim, mais precisamente, no sentido específico da questão da aprendizagem da ciência” (STURLESE, 2003, p. 165).
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